Umbanda Ecumenica, Templo da Verdadeira Aruanda



quarta-feira, 12 de setembro de 2012

FAMÍLIA COMUNITÁRIA CRISTÃ

          FAMILIA COMUNITARIA CRISTA GDM, 
É FÁCIL ENTENDER!      *(atos,4:32)
Família Comunitária GDM
GDM, Início do Ciclo do Sol - Alto Paraíso de Goiás - 2012
                                                                                                                      

1. Primórdios das Famílias Comunitárias 
Tudo começou com o hebreu Abraão, por volta do ano 1800 A.C., quando “Deus” fez com ele um pacto, chamando-o para uma terra que lhe seria mostrada. Na bíblia, o livro de Genesis, capitulo 12,  conta a estória deste patriarca da cristandade:
“Certo dia o Senhor Deus disse a Abrão: - Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa do seu pai e vá para uma terra que eu lhe mostrarei. Os seus descendentes vão formar uma grande nação. Eu o abençoarei, o seu nome será famoso, e você será uma benção para os outros. Abençoarei os que o abençoarem e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem. E por meio de você eu abençoarei todos os povos do mundo”.
Abrão obedeceu e partiu com toda a família, levando também o sobrinho Ló, para uma saga que também foi vivida por várias gerações posteriores à sua, pormenorizada nos capítulos seguintes do mesmo livro de Genesis, até que, aproximadamente em 1440 A.C., surge o líder hebreu, Moises, negociando a saída dos hebreus escravizados no Egito.
Conduzido por Moisés, o grupo de hebreus libertos do Egito, viveu como uma grande família comunitária nômade. Conta-nos a bíblia que eles andaram durante 40 anos pelo deserto do Oriente Médio, procurando terras férteis, sem dono, a fim de se implantarem definitivamente. Moises morreu antes de levar seu povo à terra prometida, mas sob a liderança de Josué, conquistam a terra de Canaã.
Quando assumiu a liderança da comunidade, Josué expos ao grupo toda a saga vivida pelos ancestrais, firmou novas regras de convivência, organizando, assim, a primeira família comunitária com sede fixa, (Josué, 24:2-28):
“... Assim, naquele dia, Josué fez um acordo para o povo e ali em Siquém lhes deu leis e regulamentos. Josué os escreveu no Livro da Lei de Deus...” 
Viveram por varias gerações em famílias comunitárias estáveis, orientadas pelos Juízes que eram eleitos dentre os anciães mais sábios do clã, até que, por volta do ano 1.100A.C. as famílias se organizaram politicamente e a nação passou a ser governada por reis – primeiro Saul, sucedido por Davi (1010 a 970A.C.) e, finalmente por Salomão, filho de Davi, ate 931 A.C., tendo como centro a cidade estado de Jerusalém.
Porem, a convivência com os nativos e com os povos escravizados, nas guerras que travavam por posse de novas terras,  lentamente foi degradando os valores morais e espirituais daquele povo bravio e valoroso. Jerusalém cai em 587A.C. e o povo de Judá é levado a escravidão por 50 anos, na Babilônia. Por volta do ano 538A.C., Ciro torna-se imperador da Pérsia e ordena a saída dos hebreus da Babilonia. Os hebreus reconstroem o Templo e as muralhas de Jerusalém e retornam à vida em famílias comunitárias.
Em 400 A.C. o povo Hebreu é dominado por Alexandre, o Grande, depois pelos Seleucidas (198 A.C.) e por ultimo, por Pompeu, o temido general romano, que anexou a Palestina ao Império de Roma. Por nomeação de Roma, Herodes tornou-se o imperador da Palestina (37 a 4 A.C.), sendo o então governador da  Judéia quando Jesus nasceu (6 A.C.).
Jesus, aos 30 anos de idade escolhe seus apóstolos e, reinicia a vivencia comunitária com os doze.
Relata a bíblia em Atos, capitulo 2, versículo 14 que após a crucificação de Jesus, aproximadamente no ano 30 de nossa era, os apóstolos se juntaram sob a liderança de Pedro, e este conclamou o povo à união, como nos tempos antigos, mais uma vez relembrando a saga dos ancestrais:
 “ Então, se levantou Pedro, com os onze; e, erguendo a voz, advertiu-os nestes termos: Varões judeus e todos os habitantes de Jerusalém, tomai conhecimento e atentai nas minhas palavras...”
Consta que neste dia, aderiu à nova causa, quase três mil pessoas (Atos, 2:41). Estes convertidos passaram novamente a viver em famílias comunitárias. Diz o versículo 42 e seguintes do mesmo Livro:
“...E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos.  Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedade e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo.”  
“Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das cousas que possuía; tudo porem, lhes era comum.” (Atos, 4:32).  (grifos nossos)
Esta era a base filosófica das famílias comunitárias dos primeiros cristãos.

2. Famílias Comunitárias na Europa
Em 1181 nasce na cidade de Assis, na Itália, Francisco Bernadone, filho de um rico comerciante de tecidos. Tirou todos os proveitos de sua condição social vivendo entre os amigos boêmios. Tentou como o pai seguir a carreira de comerciante, mas a tentativa foi em vão. Sonhou então, com as honras militares. Aos vinte anos, alistou-se no exército de Gualtieri de Brienne que combatia pelo papa, mas em Spoleto teve um sonho revelador. “Foi convidado a trabalhar para o Patrão e não para o servo". Suas revelações não parariam por aí. Em Assis, o santo dedicou-se ao serviço de doentes e pobres. Um dia do outono de 1205, enquanto rezava na igrejinha de São Damião, ouviu a imagem de Cristo lhe dizer: "Francisco, restaure minha casa decadente". O chamado ainda pouco claro para São Francisco foi tomado no sentido literal, e o santo vendeu as mercadorias da loja do pai para restaurar a igrejinha. Como resultado, o pai de São Francisco, indignado com o ocorrido, deserdou-o.
Com a renúncia definitiva aos bens materiais paternos, São Francisco deu início à sua vida religiosa, "unindo-se à Irmã Pobreza". Fundou a Ordem dos Frades Menores, que em poucos anos se transformou numa das maiores Famílias Comunitárias da Cristandade. Fundou, com Clara de Assis, o ramo feminino da mesma Ordem. Para os leigos que viviam no mundo, mas desejavam ser fiéis ao espírito de pobreza e participar das graças e privilégios da espiritualidade franciscana, fundou a Ordem Terceira, esta era uma variação da original, onde os membros seguiam a mesma filosofia franciscana, mas viviam com suas famílias consanguíneas.
O número de seus seguidores foi crescendo rapidamente. A sua casa era para os sem teto, e lá se formou uma comunidade de amparo aos sofredores de toda ordem e seu sitio em Rivotorto foi transformado em acampamento para os seus primeiros discípulos. Ali se reuniram, dentro da maior simplicidade, companheiros dedicados e decididos a acompanharem Francisco de Assis em seu esquema de pobreza e renuncia, no inicio de uma transformação social, lembrando com carinho os primeiros tempos do cristianismo.
Já se pensava em muitas regras para a Comunidade. Francisco não aceitava doações de qualquer espécie. Todos que nela ingressassem eram obrigados a se desprenderem dos bens materiais em favor dos sofredores e das instituições que amparassem a coletividade. A filosofia maior entre eles era trabalhar honestamente sem  ganância, mas por amor ao labor.
Em pouco tempo já habitavam na comunidade os treze freis, principais companheiros de Francisco de Assis. Depois, com o tempo, multiplicaram-se os seguidores por todo o mundo, foram mais de duzentos mil discípulos. Por onde passavam deixavam a semente do evangelho.
O mundo aprendeu dos lábios de Francisco e de seu exemplo que "a perfeita alegria consiste em aceitar com ânimo, pelo amor de Cristo, toda espécie de vitupérios". O amor de Francisco tem um sentido profundamente universalista. Ninguém como ele irmanou-se tanto com todo o universo; foi irmão do sol, da água, das estrelas, das aves e dos animais. O 'Cântico ao sol', em que proclama seu amor a tudo que existe, é uma das mais lindas páginas da poesia cristã.

3. Famílias Comunitárias na atualidade
    3.1 – Kibutz, Moshav e  Ishuv kehilat, em Israel
Ainda nos dias de hoje, segundo consta do site do State of Israel, cerca de 9% dos Israelitas vive em áreas rurais, tanto em aldeias como em famílias comunitárias, organizadas em dois tipos de colônias agrícolas, o Kibutz e o Moshav, que se desenvolveram em Israel, no início do século XX. O Kibutz é uma unidade sócio-econômica autônoma e coletiva, na qual as decisões são tomadas pela assembleia geral de seus membros, sendo os bens e os meios de produção de propriedade coletiva. Aproximadamente 2,3% da população do país vive em cerca de 270 kibutzim. Os membros trabalham nos diferentes ramos da economia kibutziana; as crianças passam grande parte das horas do dia com seus companheiros de idade, desde a mais tenra infância até o fim da escola de 2º. grau. Os kibutzim produzem atualmente 33% da produção agrícola de Israel; seus membros dedicam-se também à indústria, turismo e serviços.
Já o Moshav é uma colônia rural na qual cada família é proprietária de seu próprio campo e residência. No passado, a cooperação estendia-se às compras e comercialização conjunta; hoje em dia os membros dos moshavim preferem ser mais independentes economicamente. Há cerca de 450 moshavim, com uma média de 60 famílias cada um, representando 3,1% da população de Israel.
 O Ishuv Kehilati é uma nova forma de comunidade rural, e em cada um dos 50-60 já existentes vivem centenas de famílias. Embora a vida econômica de cada família seja completamente independente, e a maioria dos membros trabalhe fora da comunidade, o nível de participação voluntária dos membros na vida comunitária é muito alto. A instituição central de administração é a Assembléia Geral, composta pelos chefes de cada família, que estabelece e aprova o orçamento comunitário em sua reunião anual. Além dos comitês de gerência e de fiscalização, grupos de trabalho dedicam-se a assuntos como educação, cultura, juventude, finanças e outros. Um secretariado pago administra os assuntos diários de acordo com as decisões dos órgãos eleitos. “Novos membros são aceitos somente se aprovados pela comunidade.” (http://www.mfa.gov.il/MFAPR/Facts%20About%20Israel/A%20TERRA%20E%20O%20POVO-%20Vida%20Rural)

 3.2 – Família Comunitária Cristã GDM, no Brasil
As origens do GDM e, por consequência, da própria Associação Beneficente Grupo Deus Mãe remontam à data de 01 de março de 1990, quando, conforme consta no seu Estatuto,  “um grupo de pessoas, que se intitularam Homens e Mulheres de Boa Vontade,  se reuniram e decidiram que iriam efetivamente acreditar no Ser humano e que colocariam, a partir de então, como objetivo principal de suas vidas, a transformação consciente e planejada  de si mesmos e também de seus semelhantes que aceitassem participar livremente desse processo.”
O grupo iniciou com cinco famílias amazonenses, as quais decidiram rever paradigmas milenares e se agruparam em uma única Família Comunitária. Norteada pelos princípios cristãos de fraternidade e amor, estruturaram sua sede em Alto Paraíso de Goiás.
Exercitam a VIVENCIA COMUNITÁRIA na sede da associação, aberta aos associados em geral, desde que preenchidos os requisitos estatutários, jurídicos e sociais:
a) Ter como objetivo principal de sua vida, a transformação consciente e planejada de si mesmo;
c) Ser maior de dezoito anos ou  emancipado ou acompanhado dos pais ou responsável legal;
c) Trabalhar, produzir e repartir com todos os comunitários o “pão de cada dia” de forma fraterna e autêntica;
d) Jamais causar quaisquer tipos de danos ou prejuízos a quem quer que seja;
e) Ser associado e zelar, pelos irmãos, pelos princípios e pela sede da Associação;
f) Ser sócio Efetivo ou Benemérito convivendo no GDM a,  no mínimo, 7 (sete) anos.
Na Família Comunitária GDM, todos os bens, salários e ganhos de quaisquer espécies são de uso e gozo da coletividade. Os membros trabalham nos diferentes ramos da economia dentro e fora da família; as crianças e os jovens estudam em escolas publicas ou particulares e no restante do dia brincam com seus companheiros de idade. Estudam e divertem-se até a conclusão do 3º. grau,  quando ingressam na economia interna ou externa para produzir e obter ganhos, os quais são compartilhados igualitariamente.
Todos os homens e mulheres são pais e mães de todas as crianças e jovens, sem distinções consanguíneas. Uma só família fraterna, uma só religião ecumênica – todos são cristãos espiritualistas, independentemente da seita religiosa que livremente professem.
Administrada por um Conselho Comunitário, composto por todos os adultos; decidem, estabelecem e aprovam o orçamento e as coisas materiais da grande família. As decisões de cunho emocional e espiritual são todas orientadas pelo Espírito Santo através dos servos que possuem tal dom.
Assim, estes espíritos de escol dão novo brilho as suas almas, libertando-se das faces nefastas de suas personalidades – o egoísmo, o apego, o orgulho, a ilusão, a preguiça, a vaidade etc., pois, ao conviverem uns com os outros, estes e outros defeitos não são cabíveis, sob pena de não suportarem os embates da convivência no dia-a-dia.
Alto Paraíso de Goiás, maio/2012 – F: 9277 9201 (Arnoldo Jacaúna)     (062)3446 1659 (Flávia Perroni)
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